Fim de manifestação contra aumento da passagem do ônibus tem confusão
Rio - A manifestação contra o aumento da passagem de ônibus, entre outras demandas sociais, acabou em corre-corre e confusão. Um grupo de manifestantes tentou entrar na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) e a Polícia Militar reagiu com bombas de gás e efeito moral.Um carro chegou a ser virado e incendiado. A confusão começou no momento em que um manifestante tentou abrir um carro da polícia. PMs do Serviço Reservado (P2) prenderam o rapaz.
Quando a maior parte de pessoas presentes ao protesto já
havia ido embora, um pequeno grupo persistiu no local e reuniu correntes
e pedras para tentar invadir a Alerj uma segunda vez. Alguns jogaram
coquetéis molotov na entrada do local e policiais responderam com bombas
de gás.
Os participantes acenderam uma fogueira em frente
ao local e depredaram dois restaurantes próximos. Eles ainda discutiram
entre si, quando um grupo queria derrubar uma banca e outro impediu,
afirmando que o dono seria trabalhador. Uma cabine da PM foi lançada na
fogueira e parte do grupo arrombou um caixa eletrônico.Manifestantes invadiram uma agência bancária na Rua da Assembleia e pegaram móveis e computadores para aumentar o fogo. Anteriormente, eles chegaram a jogar pedras na janela da Alerj. Parte deles depredou carros, queimou montes de lixo e entrou em confronto com os PMs. Um segurança da Casa informou que há funcionários e policiais feridos no local e que o socorro não consegue chegar na Alerj por conta da ocupação das vias.
Em nota, a PM informou que cinco policiais militares do 5º BPM (Prala da Harmonia) foram feridos. Manifestantes também alegam que há feridos do lado de fora do prédio. O soldado Martins, que faz a segurança na porta da Alerj, pediu que os participantes não invadissem o local.
"Trabalho no Alemão e nunca vi uma situação tão tensa. Queria pedir pra ninguém entrar aqui. Estou do lado de vocês, mas alguns passaram do limite. Nunca vi nada igual", contou o PM.
PM apoia manifestação
"Estaria tudo bem se estivéssemos lá, junto com eles". A frase, dita por um policial militar do 5º BPM (Praça da Harmonia) reafirma o caráter pacífico da manifestação contra o aumento da tarifa dos ônibus na cidade. "Sabemos que eles estão certos, mas temos que ficar aqui fardados, cumprindo o nosso papel", revelou outro PM, que não quis se identificar. A estimativa é que as ruas do Centro do Rio foram ocupadas por até 130 mil pessoas.
Um grupo de punks queimou a bandeira do Brasil e foi reprimido pelos manifestantes, o que gerou um rápido bate-boca, sem violência. Quando os manifestantes chegaram nos arredores da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) houve registro de confusão. Um grupo tentou invadir a Alerj e os policiais reprimiram com tiros de borracha e bombas de efeito moral.
Cerca de 100 mil pessoas compareceram ao protesto no Centro do Rio
Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
A Avenida Presidente Antonio Carlos foi
completamente interditada ao tráfego. A Avenida Rio Branco, a Araújo
Porto Alegre e a pista lateral da Presidente Vargas, sentido Candelária,
a partir da Avenida Passos, também ficaram fechadas.
Em nota, a Prefeitura do Rio informou que apoia o
protesto e está disposta a dialogar com os manifestantes. O Governo do
Estado não quis se pronunciar.
Marcha de branco
A exemplo da manifestação de
quinta-feira, populares nos prédios jogam papel picado em apoio ao
protesto e os manifestantes pedem a paricipação coletiva. Na maioria dos
edifícios ao longo do trajeto, os presentes nos apartamentos piscaram
luzes aderindo ao movimento. Alguns motoristas participam de buzinaço
como forma de apoio à mobilização.
Manifestantes acusam policiais de usar armamentos letais para combater protesto. Na foto, o que seria um projétil e uma granada
Foto: Athos Moura / Agência O Dia
Segundo a Secretaria de Segurança
Pública, policiais do Batalhão de Choque (BPChq) estão de prontidão nos
quartéis. Um grupo de jovens na dianteira do protesto exibe a
constituição aos policiais e grita palavras de ordem.
Estudantes de medicina ofereceram
assistência médica para quem precisasse no Instituto de Filosofia e
Ciências Sociais (IFCS) e no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
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