'Me nego a tratar isso como protesto. Foi vandalismo', diz Paulo Melo, presidente da Casa
Rio - O prejuízo no prédio da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) varia entre entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões. A informação foi dada pelo deputado Paulo Melo, presidente da Casa, na manhã desta terça-feira.Na noite desta segunda-feira, após a manifestação que reuniu 100 mil pessoas no Centro da cidade, um grupo depredou o prédio histórico. Ainda de acordo com Melo, 30% das vidraças foram quebradas, móveis destruídos e a fachada pichada.
"Lamento profundamento o ocorrido na Alerj, na Igreja São
José, no Paço Imperial e no Mosteiro do Carmo. Mas fiquei entusiaamado
com o propósito da passeata. Para mim, a passeata terminou na
Cinelândia. Acho desonesto se não separarmos a ação pacífica e ordeira
da Rio Branco com a desordem que aconteceu nesta parte histórica do
Centro. A seguranca da Casa resistiu de forma quase heróica para que nao
houvesse uma invasão. Me nego a tratar isso como protesto. Foi
vandalismo", disse Melo.
Paulo Melo disse também que a polícia
agiu de acordo com suas orientações. De acordo com ele, quando os
manifestantes chegaram ao local havia 75 PMs. "Quem determinou que não
houvesse confronto fui eu. A decisao da chegada do Batalhão de Choque
foi tomada junto com o governador Sérgio Cabral", reiterou.
Protesto reuniu mais de 100 mil pessoas no Centro do Rio
Foto: Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
O gabinete do deputado Bernardo Rossi
(PMDB) foi um dos afetados. "Temos que separar o joio do trigo. Na Rio
Branco houve a grande manifestação, um protesto para entrar para a
história. O que houve aqui é vandalismo. O que eles ganham com isso?
Cometerem um crime contra o patrimônio e contra a própria manifestação",
salientou Rossi.
Churrascaria e agência bancária são destruídas
Protesto reuniu mais de 100 mil pessoas no Centro do Rio
Foto: Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
Funcionários da Comlurb trabalham
nesta terça-feira para limpar a fachada da Alerj e remover o lixo das
ruas próximas. O prédio histórico do Paço Imperial, vizinho da
Assembléia foi pichado. No total, 20 PMs e oito civis ficaram feridos,
sendo quatro à bala. Um foi liberado. Leandro Silva dos Santos, ferido
na perna, e um homem - que a família pediu para o nome não ser divulgado
- baleado no tórax, estão em observação no Hospital Municipal Souza
Aguiar (HSA), no Centro. Bruno Alves dos Santos está internado no
Hospital Federal do Andarai (HFA), na Zona Norte.
Um dos estabelecimentos atacados pelo
grupo foi a Churrascaria Ao Vivo, na Rua São José, em frente à Alerj.
Segundo Marcos Cunha, de 44 anos, um dos sócios, os baderneiros - muitos
mascarados - invadiram o estabelecimento, que estava fechado. O
primeiro andar foi totalmente destruído, inclusive as câmaras do
circuito de segurança.
Bebidas, TVs e outros eletrodomésticos foram
roubados ou quebrados. Os vândalos também chegaram ao segundo andar onde
também quebraram pertences e roubaram produtos. Eles não conseguiram
chegar ao terceiro andar. O empresário calcula o prejuízo em cerca de R$
200 mil. Ele criticou a ausência da PM."Assisti a tudo da minha casa, quando monitorava a movimentação das cãmeras do circuito de segurança. Liguei e abri vários protocolos de atendimento pelo 190 e nada. A PM, pra gente que paga imposto, não vale nada. Não sei quem vai arcar com o prejuízo. Vou fazer uma faxina aqui e vender o estabelecimento. O seguro que temos é muitio pequeno. Estou atônito", disse Marcos revoltado.
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